Conheça a Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo. Quando pensamos em um ranking das ilhas mais perigosas do planeta, imaginamos imediatamente destinos exóticos, em países longínquos, do outro lado do mundo.

Conheça a Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo

 

Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo
Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo

 

Entretanto, para visitar o “lugar mais perigoso do planeta” selecionado pelo site da Listverse em 2010, basta viajar pouco mais de 18 milhas náuticas ao largo da costa do estado de São Paulo.

A Ilha Queimada Grande, também conhecida como Ilha das Cobras, está localizada a 35 quilômetros da cidade de Itanhaém, a segunda cidade mais antiga do Brasil.

Foi descoberta em 1532 pela expedição de colonização de Martim Afonso de Souza, e desde então vários navios atracaram no local em inúmeras ocasiões, causando várias mortes, principalmente de naufrágios na região.

Para tornar o desembarque mais seguro para os pescadores e para ajudar os barcos e navios da região, o governo brasileiro instalou um farol na ilha no final do século XIX, o que desencadeou uma série de eventos que contribuíram para a fama do local.

No início do século XX, dezenas de pessoas se mudaram para a ilha, incluindo pescadores e a família de um faroleiro que era responsável pela manutenção da estrutura.

Para dar espaço na área, era comum que os habitantes locais incendiassem o mato seco que deu nome à ilha. Nos primeiros meses de ocupação, no entanto, o local já apresentava alguns desafios.

Em primeiro lugar, esta ilha não tem uma fonte de água potável, o que tem dificultado drasticamente o assentamento de uma população na área.

Em segundo lugar, o meio ambiente foi confrontado com outra ameaça mortal que logo se revelaria decisiva para seu destino: a presença de uma espécie de cobra.

A primeira menção de Jararaca-ilhoa na ilha data de 1911

 

Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo
Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo

 

Embora existam poucos registros no momento, acredita-se que a maioria dos incêndios neste lugar foram ateados com o objetivo de reduzir a população deste animal, que em muitas ocasiões matou galinhas, gatos e cães, assim como cavalos e burros.

Nos anos seguintes, algumas mortes humanas foram atribuídas a este animal, o que levou à evacuação da ilha entre 1918 e 1925, quando o farol foi automatizado (embora a história de que a família do faroleiro foi morta por cobras em uma noite seja frequentemente mencionada, não há registros históricos que sustentem esta narrativa).

Desde 1984, o desembarque no local é expressamente proibido e só é permitido pela Marinha e biólogos autorizados do ICMBio.

Mas por que o Jararaca-ilhoa é finalmente considerado muito mais perigoso do que outras cobras? E ainda assim, como esta espécie aterrissou na ilha?

Durante a última glaciação, há cerca de 12.000 anos, Queimada Grande era uma colina que fazia parte da costa do continente, mas com o rápido derretimento das geleiras há 11.000 anos, este pedaço de terra ficou isolado e também separou uma população de Jararacas.

Ao longo dos milênios, estes animais adquiriram características únicas que foram selecionadas para melhor se adaptarem às condições da ilha. Como não existem mamíferos indígenas nesta área, o veneno destas cobras semi-arboreais é extremamente venenoso, com o objetivo de matar rapidamente as aves, suas principais presas.

 

Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo
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Embora fontes afirmem que seu veneno é cerca de 15 vezes mais forte que o das cobras do continente, pesquisas recentes mostraram que seu efeito é apenas mais específico e justifica a morte súbita das aves das quais se alimentam.

Outro fator que torna a Jaraca-ilhoa tão perigosa é sua densidade populacional: devido à ausência de predadores, havia um grande número destes animais na ilha.

Os primeiros censos realizados por Afrânio do Amaral (entre 1914 e 1929) e pelo Dr. Alphonse Richard Hoge (entre 1947 e 1970) mostraram que a população destes animais excedia 12.000 com mais de 5 cobras por metro quadrado.

Entretanto, pesquisas recentes mostraram uma diminuição acentuada das cobras, com pouco mais de dois mil exemplares na Ilha das Cobras, principalmente devido à influência do homem durante a ocupação do local e do comércio internacional destes animais, uma vez que seu veneno foi usado para estudar vários medicamentos.

Este declínio populacional, juntamente com a área restrita em que este animal vive, levou a que fosse classificado pela IUCN como criticamente ameaçado de extinção, pois esta espécie está em perigo de extinção num futuro próximo se as medidas de proteção não forem devidamente aplicadas.

O jaraca-ilhoa é um exemplo de como a fama de um animal pode quase levar à extinção ou ao resgate.

 

Ilha das Cobras a mais Mortal do Mundo
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Devido a seu endemismo e às propriedades específicas de seu veneno, sua população tem estado sob vigilância constante desde 1984, e seu lar se tornou uma grande área protegida.

Além disso, a Marinha do Brasil proíbe a pesca na área ao redor do local, o que também contribui para a preservação da vida aquática.

A Ilha das Cobras, nos mostra como é importante conhecer o meio ambiente ao nosso redor e, o mais importante, respeitá-lo. Isto dá segurança, tanto para o homem quanto para a natureza na qual este ambiente está integrado.

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